O Cena 11, uma das mais importantes companhias de dança contemporânea do Brasil, tinha a estreia da peça coreográfica “Matéria escura” agendada para abril do ano passado em Frankfurt: uma produção inédita, financiada com parcerias de dois teatros alemães (Mousonturm, TanzHaus Düsseldorf) e outros apoiadores brasileiros. Então, a pandemia mudou tudo: com a estreia adiada sem previsão de nova data e ensaios suspensos, o Cena 11 teve que reinventar seu modo de trabalhar e, por consequência, a própria peça coreográfica.
“Matéria escura” estreia dia 17 de setembro, como um espetáculo híbrido transmitido da sala de ensaios em Florianópolis, localizada no Jurerê Sports Center, por enquanto sem plateia presencial. Mas, no futuro, quando voltarmos às salas de teatro, o espetáculo manterá o formato como foi concebido e sempre será transmitido em tempo real pela internet.
Matéria Escura
Um nome próprio.
Um vestígio de Futuro.
Um devir de Passado.
Seus fundamentos artísticos se amparam na detecção de uma força através dos sintomas que esta força acusa nos corpos atravessados por ela. Um corpo invisível, que vincula sua aparência à modificação de outros corpos para manifestar sua existência. Ferramentas novas correlacionam presença, virtualidade, arquivos, memória e toda espécie de transdução que escorre destes contatos. Um movimento contínuo multidirecional a integrar ações de texto, áudio, vídeo, temporalidades e espacialidades, através dos corpos que tornam acessíveis a manifestação e o atravessamento da vida das coisas no acontecer do movimento. A dança feita instrumento para transduzir comportamentos cinéticos em sintaxes bio culturais.
Na escuridão tudo é engolido?
Na distração dos olhos, o que não conseguimos ver?
Na atenção à integração dos sentidos, é possível mapear o ponto cego da presença?
É possível, na irreversibilidade da vida, nossos corpos se multiplicarem em temporalidades e espacialidades para dar continuidade ao movimento do estar vivo?
Extinção é uma aparência.
Oportunidade feita de aparência.
Tudo se move até o fim.
Matéria Escura tem co-produção de Panorama RAFT, Frankfurt Mousonturm, TanzHaus Düsseldorf, Goethe Institut, Something Great Berlin, e Corpo Rastreado SP.
Apoio do JUSC – Jurerê Sports Center e Prêmio Elisabete Anderle de estímulo à cultura.
Serviço:
O que: Peça coreográfica de dança contemporânea “Matéria Escura”
Quem: Grupo Cena 11 Cia. de dança – Direção artística Alejandro Ahmed
Onde: Estreia dentro da programação do Festival “Panorama Raft”, seguida de 2 apresentações para a “TanzHaus Düsseldorf” – transmissão ao vivo pela internet nos canais dos eventos.
Quando:
17 de setembro – 20h
18 e 19 de setembro – 16h
(fuso horário brasileiro)
Mais informações: siga as redes sociais do Grupo Cena 11 e dos eventos
https://www.instagram.com/grupocena11ciadedanca
http://panoramafestival.com/2021-raft/alejandro-ahmed-grupo-cena-11-materia-escura/
https://tanzhaus-nrw.de/de/veranstaltung/2021/09/cena-11-alejandro-ahmed
O Grupo Cena 11 atua desde 1993 como Cia. de pesquisa e amparado na continuidade de elenco e aprofundamento artístico no Brasil, é um ponto de estabilidade na tecnologia do movimento. Dirigido por Alejandro Ahmed, é referência nacional e internacional da área. Resistindo às estruturas que reforçam os processos de extinção dos modos de produção coletivos. Ao longo destes 28 anos de experiência, o Grupo segue contribuindo ativamente para a criação de diálogos, abrindo caminhos e fomentando perspectivas junto das novas gerações de artistas e pesquisadores das artes da presença. Apostando no intrincamento entre criação, formação e treinamento como modos de compartilhar os conhecimentos artísticos desenvolvidos na sua trajetória. Com 19 obras estreadas entre 1994 e 2020, o Grupo Cena 11 tem sido reconhecido pela singularidade nas suas propostas e criações em Dança. Com 4 prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), um Prêmio Bravo, o Prêmio Sergio Motta de arte e Tecnologia, Itaú Transmídia e Itaú Rumos Dança. Destacam-se os trabalhos Violência, SkinnerBox, Carta de Amor ao Inimigo, Monotonia de aproximação e Fuga para sete corpos e Protocolo Elefante.
Ficha Técnica
Criação, coreografia e performance: Alejandro Ahmed, Aline Blasius, Bianca Vieira, João Peralta, Karin Serafin, Kitty Katt, Luana Leite, Malu Rabelo, Natascha Zacheo.
Operação e Criações em vídeo e som: Alejandro Ahmed e João Peralta.
Direção Técnica: Grupo Cena 11.
Interlocução para iluminação: Irani Apolinário, Rafael Luiz Apolinário
Técnico de som e transmissão: Eduardo Serafin.
Direção de Produção: Karin Serafin.
Assistência de Produção: Malu Rabelo.
Assistência de direção de movimento: Aline Blasius.
Assistência cenotécnica: Adilso Machado
Equipe de Produção, mídias sociais e Projeto: Aline Blasius, Bianca Vieira, Kitty Katt, Luana Leite e Natascha Zacheo.
Peças Gráficas: Luana Leite
Fotografias: Cristiano Prim e Karin Serafin
Tradução: Kitty Katt.
Preparação técnica: Aline Blasius, Kitty Katt e Alejandro Ahmed
Criação e programação de objetos, instrumentos, e mecanismos para “Matéria Escura”: Diego de los Campos.
- Fúrias: 5 estruturas feitas com galhos de árvores. animadas por motores, vibram se deslocando ruidosamente pelo chão.
- Água nervosa: Uma válvula solenóide controlada por Arduino instalada na base de um recipiente de vidro, faz uma gota cair sobre um captador de som.
- Besta: Sintetizador feito com Arduino usando a biblioteca Mozzi que tem 5 potenciômetros que regulam a frequência de 2 osciladores, pitch, nota e ruído.
- Sampler: Arquivos de áudio de frases usadas no espetáculo são controladas em sua duração, velocidade de reprodução (pitch), começo e final.
- Baixolata: Uma lata de tinta de 3.6 litros funciona como caixa de ressonância de um baixo de uma corda só.
Plantas para cenografia : Karin Serafin
Textos: Grupo Cena 11
Interlocução técnico – artística para criação de vídeos “Matéria Escura”: PACT-UFSC ( João Peralta, Thiago R. Passos, Rodrigo Garcez ).
Operação de câmera “Matéria Escura”: Karin Serafin e João Peralta
Operações de drone: Alex Costa
Co-produção: Mousonturm, Tanzhaus NRW, PANORAMA RAFT, Instituto Goethe, Gabi Gonçalves, Corpo Rastreado – São Paulo, Something Great – Berlin.
Apoio: Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura ⁄ Edição 2019.
Sede e preparação técnica: Jurerê Sports Center (JUSC).
Agradecimentos: Adélia Aurora, Ana Lucia Rodrigues, Andrea Druck, Aurora Khan, Aya Nishimuta, Bartolomeu, Batman, Binha, Breu K. Katt, Bruno Bez, Cassiana Kerber, Caio Matienzo, Candy, Cecília Blasius, Chewie, Florentina, Gatite, Gizely Cesconetto, Eveline Orth, Héctor Lamela, Hedra Rockenbach, Íris, Jamile de Souza Santos, Khaninanas Cobras, Ludovico, Luiz Falcão, Maki, Marcos Klann, Marcos Morgado, Mateus Ramos de Melo, Maurício Pires Marin, Muha, Murilo Brogim Leal, Nina, Norma Adó, Pedro Mello e Cruz, Rodrigo Garcez, Theo Gomes, Thiago R. Passos.
Concepção, Direção e Coreografia: Alejandro Ahmed.